Da Formação no Trabalho... à Formação para o Trabalho

 Actividade 5 - Da Formação no Trabalho... à Formação para o Trabalho
 

Nesta actividade o objectivo era fazer um levantamento de situações profissionais que caracterizassem de um modo diferenciado, a relação entre a formação e o trabalho. Isto é, tínhamos de recolher um testemunho de uma pessoa que estivesse numa situação profissional onde predominasse a situação de “formação no trabalho” e outro em que houvesse “formação para o trabalho”. Estes testemunhos deviam explicitar a situação do(a) profissional face à sua formação de base, os tempos e lugares de formação e aprendizagem, quais as percepções do(a) profissional face à formação e aprendizagem. E por fim, quais são os conteúdos dominantes do exercício do trabalho e como é a articulação entre a formação e o trabalho.

Um primeiro testemunho de formação no trabalho é um homem de 51 anos, cuja profissão é funcionário dos CTT (carteiro), e tem o 12º ano de escolaridade. Actualmente está empregado e faz uso das formações que teve, apesar de agora não ser supervisor (as formações foram feitas quando este exercia funções de supervisor). Tal como já referimos a formação que este profissional teve foi quando era supervisor nos CTT para cumprir melhor as suas funções, sendo que estas formações foram oferecidas pelo trabalho. Essas eram constituídas por cursos de informática (software dos CTT), formações próprias para os supervisores, formação de mediação de conflitos para lidar com os trabalhadores, uma formação em condução (por causa das carrinhas e camiões dos correios), curso de inglês, RVCC, entre outras. As formações uma vez que foram oferecidas pelo local de trabalho, foram realizadas em espaços fornecidos pelos CTT, até o curso de RVCC e de Inglês foi aconselhado pelo sindicato dos trabalhadores dos CTT.

Apesar de achar a formação importante, o profissional em questão diz que a formação não é tudo, é preciso também aprender com a experiência. Afirma que não é preciso nenhum curso para ser carteiro, e que o que sabe hoje é muito devido à experiência que foi ganhando na sua área de trabalho.

 Num segundo testemunho, relativo à “formação para o trabalho”, a profissional em questão é Podologista, trabalhando no seu próprio consultório e em outras clínicas, com as quais trabalha em regime de parceria. Assim, esta lida diariamente com novos desafios trazidos pelos seus doentes, já que não pode prever como será a sua actividade diária pois trata-se de um campo da saúde, em que podem surgir diversos problemas. Esta tem de estar preparada para lidar com todos os problemas associados aos membros inferiores, tais como micoses, verrugas, pé-de-atleta, etc.

No desenvolvimento do seu trabalho, é essencial recorrer aos conhecimentos adquiridos durante a licenciatura, pelo que para esta a formação é crucial, reconhecendo a grande importância da componente prática do curso, para que estivesse preparada pare enfrentar qualquer situação.

          Quanto à postura do grupo, este enquadra-se mais na formação para o trabalho, ou não estaríamos nós a frequentar uma Licenciatura. Assim, no nosso entender, a educação formal antecede o trabalho, estando deslocada deste espacialmente, porém, encaramos a formação como algo muito importante, mesmo durante o exercício do trabalho, já que é necessário estar em constante aprendizagem e evolução, valorizando assim a aprendizagem permanente.  A articulação entre a formação e o trabalho é entendida entre um tempo da teoria e um tempo da prática, sendo uma perspectiva instrumental do saber. Mais do que momentos de aprendizagem diferenciada, os tempos da teoria e da prática são percebidos numa relação de aplicabilidade sujeita às contingências das competências adquiridas.       

       Consideramos pertinente divulgar dois artigos do Professor Manuel Matos (FPCEUP) publicados na Página da Educação, que apesar de terem sido escritos em 1998, respectivamente em Abril( n.º 67) e Maio (n.º 68), se encontram muito actuais e perfeitamente contextualizados na temática da Formação "no" ou "para" o trabalho, podendo ser mais um contributo de reflexão.

 

 

 

 

https://www.apagina.pt/Download/PAGINA/SM_Doc/Mid_2/Doc_7320/Doc/P%C3%A1gina_7320.pdf

 

 www.apagina.pt/Download/PAGINA/SM_Doc/Mid_2/Doc_7340/Doc/P%C3%A1gina_7340.pdf

 


O video apresentado foi retirado do youtube, nao sendo por isso da autoria do grupo.