Década de 50

    

Década de 50: A Procura de uma Identidade

 

Os anos 50 foram marcados por grandes avanços científico-tecnológicos bem como mudanças culturais e comportamentais. Foi em 50 que começaram as transmissões através da televisão, provocando uma grande mudança nos meios de comunicação, que a partir daí começaram a ganhar importância na vida quotidiana das pessoas. No campo da política internacional, os conflitos entre os Estados Unidos e a União Soviética (Guerra Fria) ganhavam cada vez mais força e estas duas superpotências que se encontravam num conflito de ordem política, militar, tecnológica, económica, social e ideológica. Saliente-se que os Estados Unidos lutavam por um sistema capitalista enquanto que a União Soviética defendia o socialismo[1]. Foi também no decorrer dos anos 50 que foi assinado o Pacto de Varsóvia, isto é, em 1955 os países socialistas de leste aliam-se à União Soviética formando o bloco socialista[2]. É durante esta década que Portugal é admitido pela ONU, esta adesão só se concretizou em 1955 pois até então, a adesão tinha sido recusada dado o veto da União Soviética. Este veto inseria-se no confronto político entre Moscovo e Washington do pós-guerra[3]. É durante os anos 50 que se cria a CEE (1957), Comunidade Económica Europeia que tem como finalidade a criação de um mercado europeu comum[4].

A Guerra Fria trouxe várias consequências aos valores desta década, nomeadamente no âmbito da juventude. A este nível percebemos a (re)construção do “American Dream”, ou seja, neste período assiste-se a um retorno às formas tradicionais de vida, abaladas pela Grande Guerra. O antigo sonho americano passa a ser apresentado ao mundo como o “American way of life”, dessa vez suportado pelos avanços tecnológicos que o capitalismo podia oferecer. A guerra tentava mostrar ao mundo qual o melhor estilo de vida: o capitalista ou o socialista. Nesse aspecto, o ideal de conforto que o capitalismo e a sociedade de consumo esbanjavam era potencializado ao máximo. A própria vestimenta é influenciada por esse novo ideário de vida. As mulheres dos anos 50 tornam-se mais femininas e glamorosas, sendo a beleza um tema de grande importância.

A rebeldia dessa juventude está presente quando esta contesta valores tidos como absolutos, mesmo que participe do ambiente de construção deles.É necessário entender que a construção do tradicional se dá em paralelo com os movimentos de rebeldia desses jovens. A luta era pela identidade, pela liberdade de expressão, e sendo os jovens, talvez, a camada mais sensível da sociedade e mais enérgica, eles vão, ao longo da década, contestar a própria educação que tinham. O tradicionalismo, antes instaurado pela antiga sociedade do pós-guerra, converte-se numa crescente modernidade nesse período. Dessa forma, a juventude passa a fazer parte de uma relativa massificação, mas não sem buscar sua própria identidade. Nesse sentido, a juventude via-se massificada pois todos usariam um mesmo estilo de roupa. Porém, é justamente através dessa massificação que se realizará a principal mudança destes jovens. Assim, é a partir desse momento de massificação que o ideário rebelde passa a ser construído, a moda começa a ser construída como representação individual.

A partir desses apontamentos, percebe-se que a rebeldia dessa juventude estava principalmente na necessidade de se justificar. Na necessidade de encontrar o seu próprio eu e não com o que os obrigavam a ser.

No entanto, o movimento rebelde da década de 50 faz ressurgir o feminismo.
Ao fugir a este determinismo, Simone Beauvoir abriu as portas a todas as mulheres no sentido de formarem o seu próprio eu e escolherem o seu próprio destino, libertando-se de todas as ideias pré-concebidas que lhes limitavam as hipóteses de escolha.

A juventude dos anos dourados adoptou o rock and roll como estilo musical e elegeu como o grande ídolo, Elvis Presley. A nova música com um contratempo acentuado e um ritmo dançante afirmava ainda mais essa rebeldia surgida na década e trazia uma atitude mais revolucionária. Era uma música rebelde para uma juventude rebelde. Em suma, podemos afirmar que a rebeldia dos jovens de 50 reside na procura da sua identidade[5].

 

Referências Bibliográficas:

 


[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Fria

 

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_de_Vars%C3%B3via

 

[3] https://www.infopedia.pt/$admissao-de-portugal-pela-onu

 

[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_Econ%C3%B3mica_Europeia

 

[5] https://texto2-rej.blogspot.com/