Década de 70

Década de 70: O Movimento Punk como Forma de Contestação

 

Esta época é marcada pela crise do petróleo que levou os Estados Unidos à recessão, ao mesmo tempo em que as economias de países como o Japão começavam a crescer.  Em Portugal assiste-se ao fim da Ditadura de Salazar através da Revolução dos Cravos (25 de Abril de 1974) bem como a independência das colónias portuguesas em África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O movimento hippie é substituído pelo punk, que está directamente ligado a um movimento sociais. Este substitui uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da ramificação/sub-movimento que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objectivos —seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e auto-afirmação por gangues de rua. O lado revolucionário está associado à subversão não-coerciva dos costumes do dia-a-dia sem no entanto nunca estabelecer um objectivo preciso ou um desejo de aceitação por um grupo de pessoas. Ao nível tecnológico podemos dizer que foi nesta época que surgiu o computador pessoal, o fax e a Internet. No nível educativo, podemos dizer que

 

«no plano legislativo, uma ideologia desenvolvimentista em educação encontrou a sua expressão mais acabada no início dos anos 70, através da Reforma de Veiga Simão (...) as propostas contidas nesta incluíam: o aumento do período da escolaridade obrigatório de seis para oito anos (...); a idade de entrada para a escola descia para os seis anos; a introdução, sempre que possível, de um período de dois anos de educação pré-escolar; a reforma do ensino superior que incluiria, não apenas as universidades, mas também os institutos politécnicos e outros institutos de formação profissional e técnica; e a reforma do sistema de formação dos professores». (Correia, 1996:71).

 

 Referência Bibliográfica:

CORREIA, José Alberto (1996); Sociologia da Educação Tecnologica; Lisboa: Universidade Aberta